preguiça-de-coleira do sudeste

Grau de ameaça (IUCN, BR, ES): IUCN – VU (Vulnerable/Vulnerável); BR – VU (Vulnerável); ES – EN (Em perigo) *Importante ressaltar que essa classificação é de antes da espécie separar considerando bradypus torquatus. Depois da separação da espécie em 2023 ainda não foi feita nova classificação de risco da espécie.

Descrição da espécie (tipo de organismo, tamanho, características visuais): A preguiça-de-coleira do sudeste é um mamífero arborícola endêmico da Mata Atlântica. Sua pelagem marrom-acinzentada pode adquirir tonalidades esverdeadas devido ao crescimento de algas simbiontes. Destaca-se por uma crina de pelos longos e pretos no pescoço e região dos ombros, da qual deriva seu nome popular. Nos machos, essa crina geralmente é mais proeminente e escura em comparação com as fêmeas, que podem apresentar uma versão reduzida, limitada a um par de longos tufos. Os filhotes e juvenis exibem pelagens que variam do branco ao marrom-claro, sem a mancha preta característica da espécie. Mede entre 55 a 75 cm e pode pesar de 4 a 10 kg, sendo as fêmeas ligeiramente maiores que os machos.

Características biológicas interessantes – comportamento, reprodução, período reprodutivo, curiosidades: São animais diurnos e solitários, preferindo manter-se isolados da convivência com outras preguiças, a não ser durante o período de reprodução. Com cerca de 60 a 80% do dia dedicado ao repouso, distribuem o tempo remanescente entre se alimentar e deslocamentos. São folívoros, alimentam-se exclusivamente de folhas de árvores e cipós, com destaque para a embaúba (Cecropia sp.). Raramente abandonam a copa das árvores, mas curiosamente descem para defecar ou para transitar entre árvores quando os galhos não oferecem essa possibilidade.

Acomodam-se em forquiçlhas das árvores para dormir ou ficam suspensos pelos membros, enfiando a cabeça entre as patas dianteiras. A fêmea dá à luz apenas um filhote por ano. Este atinge a independência por volta dos 8 a 10 meses de vida, momento em que se afasta para se estabelecer em outra região da floresta. Até 2023, a espécie era classificada como uma única entidade, Bradypus torquatus. Contudo, devido a diferenças morfológicas e moleculares, foi dividida em duas espécies distintas: a Preguiça-de-coleira do Nordeste (Bradypus torquatus), presente nos estados brasileiros da Bahia e Sergipe, e a Preguiça-de-coleira do Sudeste (Bradypus crinitus), encontrada nos estados do Rio de Janeiro e no Espírito Santo. Essa distinção aumentou ainda mais o grau de ameaça enfrentado por essa espécie que é classificada como vulnerável à extinção.

Relevância da Reserva Kaetés para a espécie, dicas de observação, número de indivíduos já observados, frequência de observação: A Reserva Kaétes é um dos últimos redutos para a Preguiça-de-coleira do Sudeste no Espírito Santo. Aqui é possível avistar com certa regularidade esses animais nas árvores ao longo das estradas e trilhas. Isso mostra que a reserva oferece um habitat conservado e propício para a sobrevivência e reprodução desta espécie tão carismática.