saíra-apunhalda / nemosia rourei / cherry-throated tanager

Grau de ameaça (IUCN, BR, ES): Criticamente ameaçada (EN)

Descrição da espécie (tipo de organismo, tamanho, características visuais): A saíra-apunhalada (nemosia rourei) é uma ave passeriforme da família Thraupidae. Mede entre 12 cm de comprimento e pesa cerca de 22 gramas. Não é possível distinguir visualmente os machos e fêmeas. Apresenta na garganta e no peito uma grande mancha vermelha que lhe dá o nome de “apunhalada”. A testa é preta com uma larga faixa preta sobre os olhos até a região auricular. Sua coroa é cinza claro. A nuca, o manto e o uropígio são de coloração cinza puro. Asas e cauda de cor preta. O ventre, os flancos e o crisso, bem como as penas infracaudais são brancos. O bico curto é escuro, quase preto, a íris é de coloração alaranjada e os tarsos e pés são rosados.

Características biológicas interessantes – comportamento, reprodução, período reprodutivo, curiosidades: Habita florestas florestas primárias (maduras) situadas entre 850 e 1.200 metros de altitude. A chama floresta ombrófila densa montana e altimontana. Prefere árvores com galhos encapados por epífitas e líquens ou com cascas soltas de modo que sirvam de abrigo para insetos e outros invertebrados dos quais se alimenta. Faz seus ninhos entre agosto a março, utilizando líquens e teia de aranha para acabamento. Os filhotes são alimentados por todo o bando levando insetos no bico. Formam bandos mistos com outras espécies como Sirystes sibilator, Orchesticus abeillei, Pachyramphus castaneus e Hemithraupis ruficapilla entre outras. A saíra-apunhalada ocorre somente no Espírito Santo, nos municípios de Castelo, Conceição do Castelo, Santa Teresa e Vargem Alta. Atualmente a principal ameaça para a conservação da espécie é a perda de habitat pelo desmatamento, além da contaminação do solo e água por defensivos agrícolas em geral.

Relevância da Reserva Kaetés para a espécie, dicas de observação, número de indivíduos já observados, frequência de observação: Atualmente há registros de 20 indivíduos existentes no planeta e com ocorrência registrada em apenas duas áreas bem específicas da Mata Atlântica de altitude do Espírito Santo: a Mata de Caetés localizada entre Vargem Alta e Castelo, e na Reserva Biológica Augusto Ruschi, em Santa Teresa. A maior parte do bando existente na Mata de Caetés está localizada na Reserva Kaetés e em algumas áreas vizinhas. Como se trata de uma espécie ameaçada, a observação é muito difícil. O Programa de Conservação da Saíra-apunhalada mantém uma equipe de biólogos que fazem o monitoramento da espécie, o que torna possível a observação na Reserva Kaetés.